37 anos do APJ

O filosofo Heráclito (540 A.c) já dizia: “Ninguém pode entrar duas vezes no mesmo rio, pois quando nele se entra novamente, não se encontra as mesmas águas, e o próprio ser já se modificou. Assim, tudo é regido pela dialética, a tensão e o revezamento dos opostos. Portanto, o real é sempre fruto da mudança. Ou seja, do combate entre os contrários”.

A coordenação do APJ, esperava comemorar os 37 anos com os projetos, hoje geridos pela entidade, os quais são frutos da realidade que se modificou, como bem afirmou Heráclito, numa situação sustentável do ponto de vista econômico, administrativo e político.

            Era para todos nós inimaginável, que a água do rio mudasse tanto; que estivéssemos ao ponto zero de onde começamos em 1984: fome, migração, desemprego, menor abandonado etc. Sim esta é a nossa triste realidade de hoje.

A crise provocada ou iniciada com o golpe político, jurídico e midiático de 2016 e consolidado com a vitória de Jair Messias Bolsonaro, que de messias não tem nada, a não ser o charlatanismo e a crise exacerbado com o advento da covid 19, condensou um processo de transição que estava acontecendo, quase de forma imperceptível.Estamos todos inebriados com avanço da ciência que acelera todos os processos pessoais internos e técnicos. Somos marionetes do mercado e suas tecnologias que nos controlam com algoritmos, cada vez mais avançados, a ponto de detectar uma gravidez, primeiro que a própria grávida.

Celebrarmos nossos 37 anos, deve impreterivelmente levar-nos à estas perguntas:

  1. O Banco Comunitário – Banclisa, a Central de Comercialização Solidária, o Restaurante Popular, o fomento à Economia Solidária, geridos hoje pelas entidades, são suficientes para responder as demandas da população vulnerabilizadas emergidas pela pandemia e pela necropolítica reinante em nosso país hoje?
  2. É possível fazer com que estes projetos, alcancem tal sustentabilidade a ponto de cumprir os objetivos para os quais foram criados e ao mesmo tempo dar respostas as necessidades imediatas da fome, do desemprego e tanta vulnerabilidade que afetam as populações das nossas periferias?
  3. Como radicalizar a eficiência e eficácia na gestão destes projetos e sermos solidários no combate ou amenização do sofrimento do povo?

Celebramos estes 37 anos, desafiando-nos a manter-nos fieis aos ideais do nosso querido Mestre Pe. Giovanni, que esteve sempre atento e fiel ao Senhor Javé, Deus da aliança que disse a Moisés: “Eu vi o sofrimento do meu povo, Escutei os seus clamores e Desci para libertá-los. “(êxodo ).

            Então Apejotistas, celebremos estes 37 anos atentos a este chamado. Vejamos o sofrimento do povo, escutemos os seus clamores e projetemos ações capazes de matar a fome, mas também promover a autonomia do povo fazendo dos mesmos protagonistas da sua própria história, como nos ensinou Pe. Giovani, que acabamos de comemorar seus 90 anos de profetismo.

A água do rio, certamente não é a mesma!

Viva APJ!

Viva Pe. Giovanni!

Viva os Apjotistas!

Viva o povo Brasileiro!

Teófilo Otoni, 08 de julho de 2021

Joana Alves Louback